A premissa é simples e verdadeira:
na internet, está contido o mundo. Não que os 12.742 km de diâmetro da Terra
caibam, literalmente, na nuvem de dados que percorre milhares de navegadores
pelo mundo todo. Mas, no âmbito virtual, e, mais ainda, no âmbito
informacional, tem-se um mundo de possibilidades. Já parou para pensar em tudo
aquilo que encontramos perdido na rede?
Apesar do fato de termos que lidar
com a realidade de que não é o mero acaso o fator determinante para os
múltiplos links disponibilizados ao redor de tudo aquilo que vemos, conforme
explicado anteriormente nesse link, há certa expectativa do inesperado quando
algo relacionado aparece em nossa frente durante uma navegação. Agora mesmo,
nesse parágrafo, você, caro leitor, vivenciou essa experiência ao clicar em
nosso hiperlink. Essa arte de se deparar com o inesperado é o que Horace
Walpole chamou de serendipidade em
1754.
Mas o que isso tem a ver com o
YouTube? Tudo, é claro. Você pode até se perguntar: mas, quando eu opto por ver
um vídeo sobre determinado canal ou assunto, tudo o que aparece na barra de
relacionados não está dentro do tema no qual eu estou interessado? Onde está,
então, a surpresa e o inesperado?
Para dar um exemplo bem claro de
onde está a surpresa quando falamos sobre canais do YouTube, sugiro que todos
vocês deem uma olhada no seguinte vídeo:
O clipe da música “Pretty Hurts”,
da cantora americana Beyoncé está veiculado em um canal que quase todos aqueles
acostumados a clipes no YouTube conhecem. Esse é o Canal Vevo, uma parceria
entre as empresas entre Universal Music Group, Sony Music Entertainment e a Abu
Dhabi Media. Bastante popular no universo do portal de vídeos, esse canal
suporta e oferece ao usuário uma gama de diferentes possibilidades musicais.
Dentro do próprio canal Vevo, inúmeros “sub” canais separados por gênero música
ou artistas. Já imaginou quanto conteúdo é possível encontrar somente nesse
suporte específico?
Na lateral direita da tela, assim
como acontece com todos os vídeos do site, inúmeros conteúdos relacionados. Porém,
nos deparamos com a mesma questão: se já sabemos que há um rastreamento das
nossas preferências, onde está a surpresa, o encontro com o inesperado?
Justamente nos itens relacionados.
Pensemos. Por mais que eu goste da música de A ou B, eu não sei exatamente o
que encontrei relacionado ao vídeo que acabei de assistir. Nesse caso
específico, apresentado como exemplo, é possível perceber diferentes relações
feitas pelo canal. Depois de assistir “Pretty Hurts”, posso optar por uma
música da Katy Perry ou do John Legend. Estão todos presentes na aba de relacionados,
ainda que eu tenha buscado inicialmente por uma música de Beyoncé, e os outros
conteúdos ou não tenham estilo em comum com o que foi inicialmente buscado por
mim (como é o caso do clipe da música All Of Me, de John Legend), ou não fazem parte do repertório da atração
pela qual busquei (como com o vídeo de Katy Perry em This Is How We Do). Consegue
visualizar o inesperado nessa constatação?
Por fim, antes que o leitor se
canse e decida “serenidipiar” por aí, dá o play no canal abaixo e se divirta
com o inesperado. Na dúvida, deixe um comentário. Na certeza, deixe uma
opinião. No resto, play.
*Por: Debora Rezende
Revisão: Grupo 01
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