Wednesday, December 17, 2014

Mobilidade: do social ao tecnológico

O que é a mobilidade senão nossa capacidade de se mover, sair da estagnação, mostrar que somos mais do que simples seres plânctons? Pesquisando nos dicionários da vida, e aqui me deterei no dicionário online de português, a palavra mobilidade é classificada como substantivo feminino e definida como uma qualidade daquilo que se move, do que se consegue movimentar. A palavra é ainda definida como a capacidade de se mudar, de ir a outro lugar com rapidez: mobilidade de pessoas.


Foto: Reprodução
Em diversos sentidos que se pense sobre mobilidade, fica claro que a ideia de movimento está aí implicitamente relacionada. Há tanto tipos diferentes de mobilidades que nos perdemos no meio de tantas classificações: mobilidade urbana, mobilidade social, mobilidade tecnológica, mobilidade corporal... Ufa! Pode ter certeza que os tipos de mobilidade não se limitam a isso. E, de certa forma, a depender do olhar que você tenha sobre esses tipos de mobilidade, uma está intimamente interligada com a outra.

Historicamente, muito se fala da (falta de) mobilidade social. Durante muito tempo ficou clara a dificuldade ou inexistência desse tipo de movimentação, com a famosa pirâmide social estratificada da Idade Média, em que os membros que faziam parte da nobreza, feudal ou real, continuavam a manter o título, ainda que enfrentasse alguma crise financeira qualquer e continuaria sendo considerado como nobre. Já os camponeses quando, por um milagre da vida, conseguia amontar certa quantidade de ouro que o colocasse em condição econômica de conforto, continuaria fazendo parte da plebe. A forte estratificação social foi, aos poucos, sendo vencida, ainda que hoje em dia seja difícil uma mudança plena de classe social, mesmo que hoje em dia não se divida mais a sociedade entre clero, nobreza e breve, mas em pobres e ricos.


Pirâmide social feudal: Sem mobilidade social. (Foto: Reprodução)
Mobilidade também é a que diz respeito a movimentação de pessoas e veículos pelas vias públicas. A mobilidade urbana está intrinsecamente ligada ao direito de ir e vir de qualquer cidadão. É interessante notar que as próprias cidades brasileiras têm pensado mais nessa questão, talvez por estar tão entranhado no homem esse desejo de liberdade de fluxo, de poder ir e vir quando quiser, para onde quiser. O projeto SalvadorVai de Bike é uma das iniciativas da prefeitura de Salvador para facilitar a mobilidade dos soteropolitanos. Inaugurado em setembro de 2013, o projeto consiste no compartilhamento de bicicletas na capital baiana, através de um sistema de ciclofaixas que foi construído em diversos bairros de Salvador, principalmente na Orla.

Além disso, o projeto está inteiramente ligado à questão da tecnologia, pois para começar a utilizar as bicicletas do movimento, o usuário precisa antes se cadastrar no sistema através do site pela internet e pagar uma anuidade de R$ 10 reais. Para destravar a bicicleta, o usuário precisa apenas ligar para o número 4062-7024 ou utilizar o aplicativo do Bike Salvador para smartphones, informando o número de identificação da estação e da bicicleta que deseja retirar. Assim, a mobilidade urbana passa a se relacionar com outro tipo de mobilidade: a tecnológica. Estando disponível através de aplicativo ou por telefone, o sistema agrada tanto aos que ainda não estão imersos no sistema dos smartphones, mas também aqueles que possuem esta tecnologia.

Vídeo da Prefeitura de Salvador explicando como funciona o "Salvador vai de Bike"

Outro modo de se pensar na associação entre mobilidade urbana e tecnológica são os aplicativos de carona. A empresa Uber, por exemplo, atua no Brasil por meio de um aplicativo de caronas personalizadas. Ou seja, o aplicativo articula motoristas em carros executivos, espalhados pela cidade por meio de algoritmos. A eficiência é garantida no momento em que se otimiza não apenas a demanda, mas também a oferta do serviço, através da informação. Entretanto, ainda mais revolucionário é o serviço lançado pela operadora de celular dos Estados Unidos, a Verizon. Chamado de Auto Share, ele permite que qualquer usuário coloque seu carro para alugar, gerando renda, por exemplo, enquanto você está em seu escritório trabalhando. E para evitar roubos, todos os usuários são certificados pela operadora.  

E assim os smartphones passam a se inserir cada vez mais no cotidiano do ser humano, deixando de ser apenas um simples aparto tecnológico e se tornando, de certa forma, uma extensão do homem, armazenando número de telefones e compromissos que antes deviam ser memorizados. A comodidade é tanta que dificilmente alguém grava o número de outra pessoa. Está tudo ali, salvo na agenda do telefone e pode ser acessado com um simples toque do polegar. 

E, dessa forma, me movo em direção ao futuro, agradecendo a todos por ler cada postagem. Obrigado por cada play apertado, cada linha lida, cada novidade descoberta. Até a próxima!

*Texto por: Eduardo Bittencourt
*Revisão: Grupo 01

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