Thursday, September 11, 2014

De canal em canal, o mundo

A premissa é simples e verdadeira: na internet, está contido o mundo. Não que os 12.742 km de diâmetro da Terra caibam, literalmente, na nuvem de dados que percorre milhares de navegadores pelo mundo todo. Mas, no âmbito virtual, e, mais ainda, no âmbito informacional, tem-se um mundo de possibilidades. Já parou para pensar em tudo aquilo que encontramos perdido na rede?

Apesar do fato de termos que lidar com a realidade de que não é o mero acaso o fator determinante para os múltiplos links disponibilizados ao redor de tudo aquilo que vemos, conforme explicado anteriormente nesse link, há certa expectativa do inesperado quando algo relacionado aparece em nossa frente durante uma navegação. Agora mesmo, nesse parágrafo, você, caro leitor, vivenciou essa experiência ao clicar em nosso hiperlink. Essa arte de se deparar com o inesperado é o que Horace Walpole chamou de serendipidade em 1754.

Mas o que isso tem a ver com o YouTube? Tudo, é claro. Você pode até se perguntar: mas, quando eu opto por ver um vídeo sobre determinado canal ou assunto, tudo o que aparece na barra de relacionados não está dentro do tema no qual eu estou interessado? Onde está, então, a surpresa e o inesperado?

Para dar um exemplo bem claro de onde está a surpresa quando falamos sobre canais do YouTube, sugiro que todos vocês deem uma olhada no seguinte vídeo:



O clipe da música “Pretty Hurts”, da cantora americana Beyoncé está veiculado em um canal que quase todos aqueles acostumados a clipes no YouTube conhecem. Esse é o Canal Vevo, uma parceria entre as empresas entre Universal Music Group, Sony Music Entertainment e a Abu Dhabi Media. Bastante popular no universo do portal de vídeos, esse canal suporta e oferece ao usuário uma gama de diferentes possibilidades musicais. Dentro do próprio canal Vevo, inúmeros “sub” canais separados por gênero música ou artistas. Já imaginou quanto conteúdo é possível encontrar somente nesse suporte específico?

Eis que o leitor pode se perguntar: mas onde está a serendipidade?



Na lateral direita da tela, assim como acontece com todos os vídeos do site, inúmeros conteúdos relacionados. Porém, nos deparamos com a mesma questão: se já sabemos que há um rastreamento das nossas preferências, onde está a surpresa, o encontro com o inesperado?
Justamente nos itens relacionados. Pensemos. Por mais que eu goste da música de A ou B, eu não sei exatamente o que encontrei relacionado ao vídeo que acabei de assistir. Nesse caso específico, apresentado como exemplo, é possível perceber diferentes relações feitas pelo canal. Depois de assistir “Pretty Hurts”, posso optar por uma música da Katy Perry ou do John Legend. Estão todos presentes na aba de relacionados, ainda que eu tenha buscado inicialmente por uma música de Beyoncé, e os outros conteúdos ou não tenham estilo em comum com o que foi inicialmente buscado por mim (como é o caso do clipe da música All Of Me, de John Legend),  ou não fazem parte do repertório da atração pela qual busquei (como com o vídeo de Katy Perry em This Is How We Do). Consegue visualizar o inesperado nessa constatação?

Por fim, antes que o leitor se canse e decida “serenidipiar” por aí, dá o play no canal abaixo e se divirta com o inesperado. Na dúvida, deixe um comentário. Na certeza, deixe uma opinião. No resto, play.

*Por: Debora Rezende
Revisão: Grupo 01

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